quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Depressão
- Danilo, não faz isso! - urrou desesperadamente Thiago, correndo desabalado até onde estava o garoto.
Seu coração estava disparado e batia forte, dando a impressão que ia saltar pela boca. Corria, mas parecia nunca chegar até Danilo.
Com o pânico, Thiago não viu um enorme buraco aberto em seu caminho, tropeçando e caindo destrambelhadamente com a cara no chão barrento.
Além de frio e desespero, agora sentia dor. Levantou-se da poça de lama com a boca gravemente ferida e voltou a correr sofregamente em direção ao amigo.
Era tarde demais, sua queda lhe atrasara. Tudo o que lhe restara a fazer era observar o corpo de Danilo pender para frente, deixando-se cair de um precipício enlameado e rochoso: a última lembrança que teria do amigo.
Thiago dobrou-se e chorou. Ouviria para sempre, feito eco em sua mente, o baque surdo do corpo de Danilo estatelando-se de encontro as rochas. Era o fim, e Thiago sabia que era por sua culpa.
[Tayane M. Moura]
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